terça-feira, 4 de junho de 2013

Código Florestal vai suprimir até 250 mil hectares de cana em SP, diz IEA

A área ocupada por cana-de-açúcar no estado de São Paulo, responsável pela maior parte da produção canavieira nacional, vai encolher até 250 mil hectares nos próximos anos com o novo Código Florestal brasileiro, segundo estimativa preliminar do Instituto de Economia Agrícola (IEA), braço da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
Esse território deve ser ocupado por zonas de proteção ambiental, conforme prevê a nova lei, promulgada já há um ano. De acordo com números da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a projeção de área plantada para a safra 2013/2014 na região centro-sul do Brasil é de 7,8 milhões de hectares.
Impacto diluído – Para o pesquisador científico do IEA Eduardo Castanho, a lei não deve causar grandes perdas ao setor produtivo, já que o impacto será diluído em 20 anos, se mantida a norma promulgada no ano passado (correm na Justiça ações de inconstitucionalidade que podem influenciar nos reflexos da medida).
Segundo Castanho, porém, o Código Florestal não terá efeito ambiental significativo devido à forma fragmentada como as áreas de proteção ficarão espalhadas. “Se forem criadas, serão em maioria matinhas isoladas que não darão condições para desenvolvimento de uma grande biodiversidade”, afirmou o pesquisador.
A Unica afirmou em nota, por meio de assessoria de imprensa, que não se pronunciaria sobre o assunto porque, segundo o departamento jurídico da união de usineiros, “a informação do pesquisador do IEA não procede”.
Simpósio – Castanho fará esta apresentação sobre os impactos da nova legislação no setor durante o VI Simpósio: Tecnologia de Produção de Cana-de-açúcar, no dia 10 de julho, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).
No evento, o pesquisador falará também sobre alternativas que podem potencializar os efeitos ambientais da lei. Para Castanho, seria mais eficaz, por exemplo, estudar maneiras de concentrar em grandes regiões essas áreas de preservação.
 (Fonte: G1)

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