quinta-feira, 3 de maio de 2012

TIJOJO ECOLÓGICO DE AREIA COM URINA E BACTÉRIAS



        
        A arquiteta Ginger Krieg Dosier pode entrar para a história das construções sustentáveis. O resultado de sua pesquisa é mais uma das nossas Boas Notícias Verdes. Segundo a Metropolis Magazine, ela conseguiu fabricar um tijolo de pura areia, tão resistente quanto os de barro cozido, e que não precisa ir ao forno. Ele gasta insumos encontrados com muita facilidade. Adicionam-se à areia apenas urina (ou uréia) e bactérias.

    O ganho ambiental é imenso. Os fornos de cozimento de tijolos tradicionais necessitam de uma temperatura de cerca de 1000 graus Celsius. Queima-se aí grande quantidade de madeira. O cálculo prevê o gasto de uma árvore para cada 62 tijolos comuns. Os números são assustadores. Se todos os tijolos tradicionais fossem substituídos por estes novos ecológicos, deixariam de ser jogados na atmosfera 800 milhões de toneladas de CO2. Isto representa mais poluição do que a de todos os aviões que circulam no Planeta. 

    A pesquisa desenvolveu-se nos laboratórios da Universidade Americana de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. A cientista é professora assistente de arquitetura. O processo é conhecido como Precipitação Microbiana Induzida de Calcita - MICP, na sigla em Inglês, e usa os micróbios para ligar grãos de areia com uma espécie de cola, por meio de uma cadeia de reações químicas. O resultado final é um tipo de arenito, que pode ter variadas durezas, chegando até a uma comparação com a resistência do mármore.

    Uma outra vantagem que não pode ser desprezada é que na confecção das paredes não se gastaria cimento. As mesmas reações químicas poderiam unir as várias camadas, dispensando completamente a argamassa.

    Mas ... nem tudo são flores. Alguns obstáculos ainda precisam ser vencidos. O tempo total de ação dos microorganismos pode chegar a até uma semana. Outro entrave é que, mesmo após consolidar a areia em tijolo, as bactérias continuam agindo e eliminando amônia, que dá origem ao óxido nitroso, altamente prejudicial e causador do efeito estufa. Algumas soluções já estão em fase de teste.

    Sabemos que ainda não há produção comercial, pois busca-se o aprimoramento do processo. De toda forma a notícia é fantástica, por abrir inúmeras possibilidades de aperfeiçoamento. Novos processos e novas tecnologias prometem a ampliação da luta por um mundo melhor.

Álvaro Sad

Fonte: http://reciclaedecora.com/arquitetura/tijolos-ecologicos-de-areia-e-ureia/#more-9707


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