segunda-feira, 16 de abril de 2012

País deve ir para a economia florestal, dizem especialistas


O Brasil deve investir em estratégias que levem a um desenvolvimento que privilegie a economia florestal sustentável. Mas, o processo que permeia a discussão do novo Código Florestal mostra que estamos no caminho errado. A avaliação é de especialistas que participaram de evento na Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) que discutiu Políticas Públicas e Arranjos Produtivos para uma Economia Florestal Sustentável.

"A motivação e o processo político pelo qual passa o texto mostram que estamos anos luz de valorizar uma economia de florestas", diz a representante do Instituto Socioambiental, Adriana Ramos, durante o evento promovido pela Rede de Amigos da Amazônia. "Com esse novo código, estamos abrindo mão do reconhecimento florestal como um valor. Tudo o que poderíamos avançar não vai acontecer", afirma Adriana.

O diretor da Keyassociados Marco Antônio Fujihara também critica o novo texto e as políticas desenvolvidas pelo Ministério do Meio Ambiente. "Com esse novo código, estamos abdicamos de ser o maior país de economia florestal do mundo."

Fujihara entende que o governo tem papel essencial no desenvolvimento de uma economia florestal sustentável, criando instrumentos legais e incentivos econômicos, mas está deixando a questão das florestas de lado para gastar dinheiro fazendo cadastro de produtores rurais e inventário do cerrado. "Somos o único país que tem nome de árvore e não tem um ministério da floresta. Tem da pesca, mas não da floresta", critica. Para ele, os recursos para esse setor são pequenos em comparação com o que o BNDES disponibiliza para outras áreas da economia.

O presidente do Grupo de Trabalho Amazônico, Rubens Gomes, afirma que é necessária a criação de políticas públicas estruturadas levando em consideração geração de renda, inclusão social e preservação. O diretor de Concessão Florestal do Serviço Florestal Brasileiro, Marcos Vinicius Alves, complementa dizendo que o Brasil tem bons projetos, que podem servir de exemplo. "O problema é que, como não temos políticas, apenas planos de governo, não conseguimos replicá-los. Aí ficamos só nos esforços, longe de algo transformador."

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