Aves apreendidas na Colômbia durante Operação Cage
Foto: Divulgação Interpol
Essa operação, denominada Cage (gaiola), aconteceu entre abril e junho de 2012 e envolveu também o Brasil. Ela foi organizada para combater o crescente comércio internacional ilegal de aves criadas em cativeiro e silvestres e ovos, como envolvimento cada vez maior de redes de crime organizado traficando da América Latina para a Europa.
Os números são assustadores para quem não tem contato rotineiro com a realidade do tráfico de animais. Mas é isso mesmo. Foram necessários apenas três meses para a identificação de 4 mil pessoas envolvidas com esse crime, além da apreensão de mais de 8.700 animais.
Apreensão na Hungira
Foto: Divulgação Interpol
‘"A Operação Cage mais uma vez demonstra claramente a escala global do problema do comércio ilegal de aves e outros animais selvagens, que não é apenas uma questão do crime organizado, mas também representa um risco de biossegurança", disse David Higgins, gerente de Programa de Crime Ambiental da INTERPOL.’- texto da Interpol
Infelizmente, no caso brasileiro, os que foram surpreendidos com animais silvestres responderão pelo crime em liberdade e dificilmente serão condenadas pela Justiça. Nossas leis são fracas e os traficantes de animais sabem disso.
Mas a repressão tem de existir, incomodar e mostrar que, de alguma forma, algum setor do poder público e da sociedade está incomodado com o tráfico de animais. O crescimento do problema, afirmado pelo gerente da Interpol, acontece também porque há demanda, isto é, há quem compra.
Enquanto não houver ações efetivas de conscientização das pessoas sobre os problemas envolvidos no tráfico de animais, é bobagem esperar que a repressão acabe com o tráfico de fauna – mesmo porque, essas operações são pontuais e, perante a dimensão desse crime, de pouca impacto.
- Leia o texto completo da Interpol (em inglês)
Por DIMAS MARQUES
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