Especialistas
afirmam que se a matança continuar, os rinocerontes serão extintos nos próximos
20 anos . De fato, o rinoceronte negro ocidental (Diceros bicornis longipes) foi declarado extinto pela União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, da sigla em inglês) em
2011. Estimativas indicam que existam apenas cinco mil rinocerontes negros e 20
mil rinocerontes brancos (Ceratotherium simum),
a maioria na África do Sul e Namíbia.
Os cientistas ambientais defenderam, em um
artigo no periódico Science, a destinação de cinco mil rinocerontes a uma
reserva na África do Sul para a prática legal da retirada dos chifres e sem
matar os animais. Com a produção anual de produção de chifre em um rinoceronte
é de 0,9 kg, a reserva resultaria em 4,500 kg por ano.
Bigg explica que como o chifre dos
rinocerontes é composto de queratina, ele cresce novamente, como acontece com
as unhas em humanos. No entanto, como normalmente a caça ilegal é feita de
maneira rápida, o caçador abate o animal primeiro para depois retirar o chifre.
Só em 2012, foram 663 rinocerontes mortos na África do Sul .“Existem técnicas
para retirar os chifres usando tranquilizantes e com impactos e riscos mínimos
ao animal. Também não há mudança significativa no comportamento dos animais
descornados”, disse.
No artigo os cientistas argumentam que a
proibição global de produtos de rinoceronte falhou, e as taxas de mortalidade
entre os rinocerontes negros e brancos remanescentes do mundo, cerca de 20 mil
animais, estão subindo devido à caça ilegal – que para retirar os chifres mata
o animal – para suprir a alta demanda internacional.
“A atual proibição do comércio de chifres
não está conseguindo atingir os objetivos de conservação dos rinocerontes. Sob
um comércio legal, a demanda pode ser cumprida de maneira humanizada, tirando o
chifre de rinocerontes vivos.”, disse ao iG Bigg.
O cientista explica que como o comércio é
ilegal, é difícil obter informação sobre a demanda pelos chifres de
rinoceronte. “No entanto, 4,5 toneladas por ano é a estimativa atual”, disse.
Ele afirma que com a legalização do comércio, a demanda pode até aumentas, mas
ela será atendida com o aumento da população de rinocerontes e sua consequente
expansão geográfica. “Esta expansão da população será associada com a maior
conservação e os benefícios socioeconômicos”, disse.
O artigo é assinado por Duan Biggs, Hugh
Possingham, ambos do Conselho Australiano de Pesquisa do Centro de Excelência
para Decisões Ambientais, Franck Courchamp, diretor de pesquisa do Centro
Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, da sigla em francês) e Rowan Martin, consultor
independente no Zimbábue.
(Fonte: Portal iG)
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