sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Não se engane com o tamaninho do Quiriquiri: é um falcão

Rafael Ferreira08 de Fevereiro de 2013

Um precoce filhote de quiriquiri recebe ajuda de técnico do ICMBio: quis deixar o ninho antes de estar pronto para voar. Foto: Adilson Borges.
Para aqueles que imaginam falcões como uma exclusividade dos céus da América do Norte, eis o Falco Sparverius: uma das menores espécies de aves de rapina do mundo, encontrada desde o Alasca até a Terra do Fogo, e em quase todo o Brasil, com exceção da Amazônia e de parte da costa do nordeste brasileiro. O quiriquiri, como é popularmente conhecido, mede de 23 a 27 cm de comprimento e pesa de 85 a 140 gramas. Embora haja aqueles que o identificam como a menor das aves de rapina brasileiras, ele ainda "vence" do gaviãozinho (Gampsonyx swainsonii) que é ainda menor (só atinge 22 cm de comprimento).

O quiriquiri (que tambén é conhecido por falcão-americano, falcão-quiriquiri, gavião-mirim, gavião-quiriquiri, ou gavião-rapina) prefere ocupar áreas abertas, como campos, cerrados e áreas semi-urbanizadas, como margens de estradas, evitando áreas fechadas como as matas, cerradões e florestas. Essa predileção por espaços abertos tem a ver com seu padrão de caça: o quiriquiri caça a partir de poleiros fixos, naturais (troncos secos) ou artificiais (como os fios de rede elétrica ao longo da estrada). Além de apanhar a presa a partir do poleiro, também costuma sobrevoar constantemente o mesmo lugar, analisando a sua área de caça. Sua dieta inclui lagartos e grandes insetos, ocasionais roedores, pequenas cobras e pequenas aves. A presa é capturada e morta no solo, sendo carregada depois para o poleiro. A espécie se adapta bem à áreas urbanas pela facilidade de alimento. O filhote da foto foi encontrado no centro de Foz do Iguaçu, no Paraná.

Um típico exemplo de dismorfismo sexual (ocorrência de indivíduos do sexo masculino e feminino de uma espécie com características físicas não sexuais marcadamente diferentes), as fêmeas geralmente são maiores que os machos, apresentam listras negras na cauda e asas de coloração marrom avermelhada, enquanto os machos possuem costas e cauda uniformemente avermelhadas e cabeça e asas de coloração cinza-azulado. Os filhotes já saem do ninho com a plumagem do sexo correspondente.

Diferente do curiango, o quiriquiri é uma ave muito ativa durante todo o dia, principalmente no período de reprodução. Colocam seus ninhos em ocos naturais ou artificiais, cavidades feitas por pica-paus, buracos em barrancos e até em cupinzeiros. As fêmeas colocam até 4 ovos, que chocam de 27 a 32 dias. Em um mês (entre 29 e 31 dias) após o nascimento, os filhotes já tentam seus primeiros vôos. Bastante agressivos contra invasores, os pais ameaçam intrusos com vôos rasantes, não importando o seu tamanho. Os filhotes são igualmente territoriais: sua técnica de defesa no ninho é virar de barriga para cima com as asas abertas e com as garras em posição de ataque para intimidação. Quiriquiris são pequenos, mas bravos, nada devendo a aves de rapina maiores, com seus metros de largura.

Retirado do: 
http://www.oeco.com.br

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