Ambientalistas e moradores do Rio de Janeiro fizeram um protesto neste sábado contra a construção de um campo de golfe em Marapendi, uma área de proteção ambiental (APA) na Barra da Tijuca. O projeto da prefeitura municipal faz parte das obras programadas para as Olimpíadas de 2016.
Os manifestantes também criticaram a posição da prefeitura, que aprovou em regime de urgência, no final do ano passado, um projeto de lei alterando de seis para 22 andares as áreas edificáveis dentro de Marapendi. A iniciativa vai permitir a construção de prédios por empresas como contrapartida à concessão da área para o campo de golfe.
Um dos manifestantes, o biólogo Marcello Mello disse que a decisão da prefeitura de não preservar o terreno contraria a legislação federal de proteção desses ecossistemas. "O problema é que os empresários olham esse bioma como um obstáculo, pois o retorno financeiro nessas áreas verdes é milionário", criticou.
Além do problema jurídico, Mello também afirmou que a APA de Marapendi abriga espécies de animais e plantas ameaçados de extinção.  Com cartazes e fantasias, o protesto pacífico ganhou o nome de "Golfe para quem?".
Presente na manifestação, o vereador Renato Cinco (Psol) argumentou que o Rio de Janeiro possui outros campos de golfe que seriam capazes de receber as Olimpíadas. "Quem conhece e joga golfe sabe que o Itanhangá Golf Club seria capaz de abrigar os jogos. A prefeitura quer atender, acima de tudo, os interesses das grandes imobiliárias e redes hoteleiras. É preciso lutar contra toda postura radical que desmate a Mata Atlântica, o bioma mais destruído no Brasil e no mundo", disse.


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